ENEA25 - Como garantir Ambientes de Aprendizagem saudáveis?
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A psicóloga Tânia Gaspar veio até ao Encontro Nacional de Empregabilidade e Alumni apresentar o impacto do Laboratório Português dos Ambientes de Aprendizagem e Trabalho Saudáveis.
O trabalho desenvolvido pelo Laboratório Português dos Ambientes de Aprendizagem e Trabalho Saudáveis aposta, precisamente, na investigação de questões ligadas à saúde mental "dos 5 anos até à morte". Por outro lado, a questão socioeconómica é também levada em conta como influenciadora da saúde física e mental. "O instrumento [que utilizamos] não tem em conta apenas variáveis individuais, mas leva também em conta a perspetiva organizacional", ressalvou.
Esta metodologia foi validada junto das organizações e, mais tarde, adaptada para ser aplicável à investigação da saúde dos estudantes. O trabalho realizado integra abordagens quantitativas e qualitativas, sendo que o objetivo passa por "ajudar o jovem a ultrapassar as suas dificuldades" – "É interessante pensar como podemos sensibilizar, nas organizações, as direções e os funcionários a diagnosticar estes casos".
As alterações motivadas pela pandemia foram múltiplas e Tânia Gaspar destacou, especificamente, a forma como influenciou o "sentido de pertença dos estudantes às instituições", num contexto em que "passam menos tempo nos espaços" das escolas e faculdades. Adicionalmente, apenas 40% dos estudantes sente que é envolvido nas tomadas de decisão.
Os dados destacados por Tânia Gaspar abordam ainda dimensões como o absentismo, o sucesso escolar, a satisfação com as propinas, índices de stress, hábitos de saúde e de sono, tempos de atenção.
Desafios e estratégias
A sessão de trabalho incluiu ainda um momento de colaboração entre os participantes, que pensaram os desafios, oportunidades e estratégias ligadas às várias comunidades do sistema de ensino superior.
Do ponto de vista dos estudantes, as principais dificuldades foram relacionadas com a dimensão económica, alojamento, motivação e conhecimento do mercado de trabalho. Já as oportunidades elencadas dizem respeito aos apoios da ação social, programas de mentoria e internacionalização.
Já o grupo dos profissionais da área da Educação identificou como dificuldades o diagnóstico de competências necessárias, níveis de motivação, resistência à mudança e a falta de flexibilidade curricular. As oportunidades dizem respeito a momentos de formação, ao recurso à gamificação e à construção de espaços seguros e laboratórios.
Relativamente ao grupo dos líderes das organizações, os principais desafios identificados passam pelos recursos financeiros, a perceção da importância da área da saúde mental e a ligação das IES ao tecido empresarial. As oportunidades são relativas ao financiamento externo, à criação de protocolos e participação em eventos internacionais.
Por fim, do ponto de vista dos decisores políticos, as estratégias identificadas dizem respeito à promoção de planos específicos e adequados à comunidade (integrados nos planos científicos e pedagógicos das instituições de ensino superior), o planeamento estratégico para o desenvolvimento de soft-skills, procurando ainda a criação de programas e diretivas ligadas à saúde mental e atividade física e investindo também na criação ou requalificação de espaços físicos para esse efeito. A interligação interministerial e a preponderância do tema da saúde mental na agenda mediática foram também identificadas como oportunidades.