Empregabilidade e Economia Social
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O Consórcio Maior Empregabilidade recebeu cinco convidados para ajudar os membros a refletir sobre o tema da Empregabilidade e Economia Social.
Catarina Marcelino, Vice-Presidente do Instituto da Segurança Social, referiu que o setor social tem como principal objetivo a resposta a cuidados com base no emprego especializado (qualificado ou não), com enfoque na área da saúde e ciências sociais. No entanto, existe necessidade de outros perfis: coordenação de serviços, trabalho comunitário com espaço de intervenção para outras ciências: Gestão, Antropologia, Direito, Sociologia, entre outras. Referiu ainda que a interdisciplinaridade nas intervenções são uma mais valia, congregando os diferentes saberes e encontrando soluções alternativas e inovadoras. Por outro lado, o PRR irá trazer uma excelente oportunidade para desenvolver novas respostas e equipamentos sociais, potenciando o emprego no setor social que, não tendo valores salariais elevados, é uma área de trabalho segura e muito valorizada com uma grande diversidade de intervenções.
Manuel de Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, corroborou as ideias anteriores, referindo que se trata de uma economia solidária que congrega imensas áreas: história, arte, pintura, gado, hospitais,… Considera que a área da saúde é predominante (com 19 hospitais), mas que a gestão e equipas de juristas são fundamentais no setor social e que existe muito interesse em reforçar a relação com as IES no sentido de robustecer a qualificação e capacitação dos colaboradores. Concorda que os salários não são elevados, mas existe um sentimento de responsabilidade social para com os colaboradores e segurança já que os colaboradores pertencem às organizações durante muitos anos e não correm o perigo de serem deslocalizados para outras zonas, nomeadamente, outros países, como no caso corporativo, por exemplo.
José Macário Correia, membro da Direção da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) referiu que é necessário aumentar as qualificações para que se aumente a empregabilidade no setor, com mais de 5 mil organizações da economia solidária relacionadas com a infância, a deficiência, os idosos, a saúde, entre outros. A pandemia revelou a carência de recursos humanos nos lares, por exemplo, o que deve ser potenciado com novos recursos. Referiu ainda a predominância de uma mentalidade burocrática de funcionário público, quando é necessário ser proactivo e combativo, gerar riqueza aumentando o produto, motivando e sendo empresário. A importância da atitude é fundamental: das pessoas, das escolas, do Estado.
Eduardo Pedroso, Economista da CASES, apresentou um documento com informação que caracteriza o setor da economia social em Portugal: presença em todo o território, empregos duradouros (estáveis e seguros), com múltiplas atividades em diferentes setores, com contratos e horários fixos, inclusivo (pessoas com deficiência, mulheres em cargos de direção, pessoas estrangeiros), conciliação da vida profissional e pessoal, incentivo à autonomia, entre outros.
Inês Sequeira, Diretora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, colocou o foco da sua intervenção nos inovadores sociais e empreendedores, referindo a importância de se informarem e orientarem os jovens para as diversas alternativas, nomeadamente, trabalhar o propósito e colocar a economia social como uma área de trabalho com potencial. Os jovens estão preparados e motivados, mas sem saber para onde se direcionar. É preciso partilhar conteúdo, informação e comunicação atrativa para os jovens. Reforça a importância de estreitar parcerias e criar pontes entre as IES (e a sua oferta) e as organizações da economia social.
Uma reunião com várias questões, comentários e sugestões entre os convidados e oradores que permitiram identificar várias pistas de trabalho, nomeadamente no que diz respeito ao estreitar das relações entre as organizações da economia social e as instituições de ensino superior.